Resumo Histórico do 11º GAAAe
O 11º Grupo de Artilharia Antiaérea (11º GAAAe) foi criado pelo Decreto nº 89.099, de 5 de dezembro de 1983, tendo sido inaugurado a 18 de agosto de 1986.
Sediada em Brasília-DF e subordinada à 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea, a Unidade integra o Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA). Quando de sua criação, o 11º GAAAe foi dotado do moderno sistema 40mm FILA-BOFORS, composto pelo Equipamento de Direção de Tiro FILA, fabricado pela AVIBRÁS AEROESPACIAL, e pelo Canhão Automático Antiaéreo 40mm BOFORS. Em 1986, oitenta e oito entusiasmados pioneiros, sob o comando do seu primeiro comandante, Cel Marcus Aurelius Minervino, cumpriram a nobre missão de "dar vida" a nova Organização Militar.
Um quartel funcional e bem projetado, com um material antiaéreo de última geração, não bastaram para fazer do 11º GAAAe uma Unidade com personalidade própria. Faltava o componente humano, fator primordial de sua alma e de seu espírito de corpo. Sucessivas gerações de oficiais, subtenentes, sargentos, cabos e soldados, nesses mais de vinte e sete anos de existência, construíram a essência deste Grupo que, apesar de muito jovem, já ostenta uma história de profissionalismo e eficiência.
Em 1987, o 11º GAAAe incorporou seu primeiro contingente e realizou o seu "batismo de fogo" em Formosa-GO. Em 1988, o Grupo participou da COMBINEX I, primeiro exercício conjunto com a Força Aérea.
A partir desse período, o 11º GAAAe teve a honra de participar de diversas operações militares no âmbito do SISDABRA em várias localidades do nosso País, consolidando a imagem de eficiência e operacionalidade da Unidade , bem como a perfeita integração com a Força Aérea Brasileira.
Essa integração foi ainda mais evidenciada em 1998, quando o Grupo recebeu a designação histórica de "Grupo Brigadeiro Eduardo Gomes", justa homenagem do Exército ao ilustre chefe militar, Patrono da Força Aérea Brasileira e pioneiro do Curso de Observador Aéreo e do Correio Aéreo Nacional. Na ocasião, o Chefe do Estado-Maior da Aeronáutica fez a entrega do estandarte histórico do Grupo ao Chefe do Estado-Maior do Exército.
A Unidade foi condecorada com a Ordem do Mérito Aeronáutico (1998), com a Ordem do Mérito Militar (1999) e com a Medalha do Pacificador (2003).
Em 2004, o 11º GAAAe incorporou o sistema de Mísseis Portáteis IGLA, o que conferiu à Unidade a capacidade de combinar canhões e mísseis, proporcionando uma defesa antiaérea mais eficaz à região que abrange o centro de poder do Brasil e a Amazônia Ocidental.
A partir de 2013, com o recebimento dos Radares de Busca SABER M60 e da Viatura Marruá equipada com Centro de Operações Antiaéreas Eletrônico (COAAe Elt), todos de fabricação nacional, o Grupo passou a contar com modernos e completos subsistemas de defesa antiaérea.
Recentemente, fazendo parte do Projeto Estratégico do Exército Defesa Antiaérea (PEE DAAe), o 11º GAAAe recebeu solenemente as primeiras unidades dos Sistemas de Mísseis telecomandados RBS 70.
Patrono da Artilharia
Emílio Luís Mallet nasceu a 10 de junho de 1801, em Dunquerque, França. Veio para o Brasil em 1818, fixando-se no Rio de Janeiro. Mallet recebeu do Imperador D. Pedro I – que o conhecia e lhe reconheceu a vocação para a carreira das Armas – convite para ingressar nas fileiras do Exército Nacional, que estava se reorganizando após a recém-proclamada Independência. Alistou-se a 13 de novembro de 1822, assentando praça como 1º cadete. Iniciou, assim, uma vida militar dedicada inteiramente ao Exército e ao Brasil.
Em 1823 matriculou-se na Academia Militar do Império. Como já possuía os cursos de Humanidade e Matemática, foi-lhe dado acesso ao de Artilharia. Nesse mesmo ano, jurou a Constituição do Império, adquirindo nacionalidade brasileira. Comandava Mallet a 1ª Bateria do 1º Corpo de Artilharia Montada quando seguiu para a Campanha Cisplatina. Recebeu seu batismo de fogo e assumiu o comando de quatro baterias. Revelou-se soldado de sangue frio, valente, astuto. Fez-se respeitado por sua tropa, pelos aliados e pelos inimigos.
Combateu ainda na Guerra dos Farrapos, como comandante de uma bateria a cavalo; e como comandante do 1º Regimento de Artilharia a Cavalo, em operações na Campanha do Uruguai e na Campanha da Tríplice Aliança. A Artilharia de Mallet, em Passo da Pátria, Lomas Valentinas, Peribebuí, Itororó, Avaí, Campo Grande, Tuiuti e no cerco à fortaleza de Humaitá, fez o inimigo sentir o valor do soldado brasileiro.
Na Campanha das Cordilheiras, fase final da Guerra da Tríplice Aliança, foi Mallet o comandante-chefe do Comando-Geral de Artilharia do Exército. Finda a campanha, já tendo ascendido ao posto de brigadeiro, retornou ao Rio Grande do Sul. A 18 de janeiro de 1879 foi promovido a marechal-de-campo e a 11 de outubro de 1884 a tenente-general. Recebeu, ainda, a 28 de dezembro de 1878, o título de Barão de Itapevi. Paradigma de chefe idôneo, espírito reto e ordeiro, caráter impoluto e dinâmico, Mallet tornou-se o Patrono da Arma dos tiros densos, longos e profundos.
Patrono do 11º GAAAe
Brigadeiro Eduardo Gomes
Filho de Luiz Gomes Pereira e de Jenny de Oliveira Gomes, Eduardo Gomes nasceu em Petrópolis (RJ) no dia 20 de setembro de 1896. Sentou praça na Escola Militar de Realengo em 1916, sendo declarado Aspirante-a-Oficial da Arma de Artilharia em 1918. Interessado pela Aviação, fez o primeiro Curso de Observador Aéreo, em 1921. A 5 de julho de 1922, participou juntamente com outros oficiais, praças e civis, do episódio que passou à História como os "18 do Forte", quando foi gravemente ferido. Em 1927, quando da criação da Arma de Aviação, compôs a Primeira turma de oficiais transferidos para a nova Arma. Foi o primeiro Comandante do Grupo Misto de Aviação, criado no Campo dos Afonsos, em maio de 1931. Desse grupo partiu, em 12 de junho de 1931, o avião que realizou a primeira linha do Correio Aéreo Militar, dando origem ao atual Correio Aéreo Nacional. No Comando do 1o Regimento de Aviação, em 1935, enfrentou a Intentona Comunista, quando foi ferido mais uma vez. Durante a eclosão da Segunda Guerra Mundial, foram criados o Ministério da Aeronáutica e a Força Aérea Brasileira, quando então Eduardo Gomes atingiu o generalato. O tenente de 1922, agora brigadeiro de 1942, assumiu o comando da 2ª Zona Aérea, situada na porção do território pátrio em cujo mar travou-se vigorosa campanha contra os submarinos agressores. Falecido em 13 de junho de 1981, no Rio de Janeiro, aos 84 anos de idade, Eduardo Gomes é um símbolo. Padrão de cidadão e de soldado, pertence ao Panteon da Pátria. Como Patrono da Força Aérea, forma ao lado de Tamandaré e Caxias no supremo destino de representarem a honra, a dignidade e o valor das Forças Armadas do Brasil.
Estandarte Histórico
Descrição Heráldica
“Forma retangular tipo bandeira universal, franjado de ouro. Campo de azul-ultramar cor da Arma de Artilharia. Em abismo, um escudo peninsular português, mantelado em ponta e filetado de ouro: chefe de azul-ultramar, exibindo o símbolo da Artilharia Antiaérea, de ouro; primeiro campo, de verde claro, contendo uma colunata, de branco, onde aparecem duas colunas em forma de losango, símbolo da cidade de Brasília, onde se sedia, desde a sua criação, o 11º GAAAe; segundo campo, de branco, ostentando um gládio alado, de ouro, símbolo da gloriosa Força Aérea Brasileira, da qual o legendário Brigadeiro Eduardo Gomes é o augusto Patrono; terceiro campo, de azul-celeste, carregado de uma fortaleza, de branco, representativa do Forte de Copacabana, sobreposta a quatro ondas intercaladas, de azul-ultramar e prata, caracterizando a praia de Copacabana, na relembrança do memorável episódio dos “18 do Forte”, ocorrido em 5 de julho de 1922, de que foi partícipe, o então 1º Tenente de Artilharia Eduardo Gomes, ocasião em que, gravemente ferido, evidenciaram-se peregrinas virtudes de sua excelsa personalidade, entre as quais, ideal patriótico, coragem e determinação. Envolvendo todo o conjunto, a denominação histórica “Grupo Brigadeiro Eduardo Gomes”, em arco e de ouro. Laço militar nas cores nacionais, tendo inscrito, em caracteres de ouro, a designação militar da OM”. (Port Min Nr 336, de 17 Jun 1998).